quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Rua Pensilvânia, no Brooklin( São Paulo)...

''Subir'' a Rua Pensilvânia como fizemos- a partir da foto 1, logo acima deste texto- só é possível, naturalmente, para um pedestre...Isto porque fomos na direção contrária à dos carros, o que é perfeitamente perceptível na foto...
O que buscávamos ali?
Nem eu sei. Conforme ''subíamos'' a rua, sentíamos cada vez mais a presença da vegetação. Todo este verde normalmente exerce um fortíssimo efeito sobre mim. Imagino parques, praças, e muitas vezes acabo acertando. Foi o que ocorreu neste caso: minha ''bússola verde''- a necessidade que temos de encontrar natureza mesmo nas maiores cidades deste planeta, já que não somos originários de ''sucos de caixinha'', ''refrigerantes'' ou chaminés de fábrica- acabou levando-me a uma nova descoberta. Que partilharei com todos nos próximos posts...
Por enquanto, é o que mostramos acima: ''subindo'' a Rua Pensilvânia, cruzamos novamente com ''New York''( flores vermelhas)e, nas proximidades da Rua Portugal, deparamos com uma imensa área verde. Quem conhece o Brooklin já sabe a resposta de todo este ''mistério''...Eu não conhecia até aquele momento. Motivo pelo qual este encontro casual com este pequeno ''oásis'' dentro da cidade de São Paulo me pareceu tão maravilhoso...
Alcnol.

Passeio pelo Brooklin- continuação...

Querem saber qual é verdadeiramente uma ''Missão Impossível''?
Conhecer a cidade de São Paulo é uma delas...
Eis uma tarefa que requeriria não uma, mas várias existências.
Se já é difícil para os nascidos aqui, que dirá para um ''estrangeiro'' como eu...
No entanto, enquanto estiver vivendo por estas bandas, não me furto a esta tarefa. O resultado pode parecer ''caótico''. Até a mim parece também, por vezes...
Mas acredito que a soma destes anões de jardim( é, eles ainda existem...!), destas ruas formadas por antigas casinhas- na vizinhança de prédios ''modernos'' de vidros fumê e concreto- das inúmeras ruas sem saída( que nos forçam continuamente a voltar, como se fizessem parte de um labirinto), das ruas arborizadas e semi-desertas e das vias repletas de caminhões e automóveis em que mal se pode respirar, creio que tudo isto faça parte de um gigantesco mosaico, de um hilário ''quebra-cabeças'' montado pelo Universo com o intuito não de confundir-nos e sim de nos proporcionar algumas risadas ao final de cada capítulo...
Sim, porque São Paulo não deve ser levada a sério. Mesmo as ''carrancudas'' faces de alguns de seus moradores não passam simplesmente de uma forma de defesa. Não espere você que sinos toquem, e que pessoas com colares o recebam no desembarque- como no Havaí. A capital paulista, se fosse simbolizada por algum animal, provavelmente deveria sê-lo por um porco-espinho...Se você resistir aos golpes iniciais- aos inúmeros problemas que surgirão, tentando fazer com que desistamos desta empreitada- a máscara cairá. E descobriremos que a mesma metrópole ''árida'' e ''poluída'', repleta de ''caras amarradas'', também possui os seus tesouros. E, como se sabe, ninguém guarda um tesouro ao ar livre e com um sorriso na cara. Os índios, que agiram de modo semelhante em relação aos invasores lusos e espanhóis, acabaram massacrados por estes...
Os verdadeiros tesouros estão enterrados. Há que se cavar bem fundo para achá-los. Acreditamos que estamos a fazer algo semelhante. Paulistanos, quando os conhecemos melhor, podem ser bons amigos. A cidade, do mesmo modo, só é ''feia'' para aqueles que se concentrarem apenas em seus aspectos secundários...
Em meio a esta junção de várias coisas que, por sua  complexidade, desafiam avaliações superficiais decorrentes de ''pré-conceitos'', tentamos lidar com este fenômeno dentro do alcance de nossas forças. De passo em passo. Dia a dia.
Claro que, como tudo o que fazemos aqui, boa parte das ''descobertas'' é fruto de uma navegação que, em alguns momentos, chega a dispensar a existência de ''planos''. ''Perder-se'' na imensidão das cidades e do mundo, este poderia ser o nosso lema. Descrito assim até parece algo bonito. Disfarça bem as ''tempestades'' e o ''caos'' cotidiano com que temos de lidar a cada dia...
Em São Paulo, aprende-se a nadar sem nunca termos nadado antes...Se sobrevivermos, certamente ficaremos bem mais fortes...
Alcnol.