terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O que significa o nome ''Dalva e Dito''?

O chef Alex Atala esclareceu o significado do nome do Restaurante recém-inaugurado em entrevista para a revista ''Elle'' de fevereiro: ''Dalva e Dito é um casal imaginário. Dalva é a estrela da noite e Dito vem de São Benedito, o padroeiro dos cozinheiros. Para mim é uma dupla de contraste, que define o conceito do restaurante: uma mistura de Brasil colonial, no cardápio, e contemporâneo no serviço''. Atala acrescentou ainda que na nova casa resolveu ''(...)homenagear a comida caseira, maternal, aquela feita por nossas mães, avós e tias. Todos os pratos serão servidos em travessas e vão à mesa no guerridon, um carrinho com fogão portátil, uma referência às antigas cozinhas coloniais''. O resultado pode ser conferido no ''Dalva e Dito'' da Rua Padre João Manuel, esquina com a Barão de Capanema. Fotos( de cima para baixo): 1- os dois santinhos, adornando uma das paredes da nova casa; 2- banco do lado de fora do restaurante, com o nome ''Dalva e Dito''; 3- entrada do restaurante; 4 e 5- a bela área para fumantes(???!), arejada e com luz natural- segue-se a tradição de que os fumantes(!)ficam com os melhores e mais belos lugares...6- os deliciosos pastéis de vatapá( novidade), de entrada. As fotos foram tiradas em um almoço com amigos, em uma segunda visita ao ''Dalva e Dito''. Ainda há muito a explorar no cardápio da casa...Alcnol.

Era uma vez um casarão...

Durante anos o casarão da esquina das Ruas Haddock Lobo e Alameda Santos ficou cercado por tapumes. O que despertou, entre outros, a nossa curiosidade sobre qual seria o seu destino. Casarões antigos e históricos não são incompatíveis com atividades comerciais. Veja-se o belo exemplo do Starbucks, que reformou um antigo casarão na esquina da mesma Alameda Santos com a Alameda Campinas, fazendo uma de suas mais belas lojas de rua...O destino do casarão da Santos com Haddock Lobo foi decidido às pressas. Primeiro uma reunião do órgão encarregado da proteção ao Patrimônio Histórico. Depois, uma demolição furtiva em cerca de 48 horas. Mesmo com uma liminar obtida pela Associação de Amigos do Bairro Cerqueira César, o destino do belo casarão já estava decidido. Não há mais casarão. Não existe mais direito a ser preservado por meio de uma liminar...O resultado é este aí...Qual será o destino desta área? Quem ousou demolir o histórico casarão? Infelizmente, os versos de Caetano Veloso em célebre música sobre a cidade de São Paulo revelam-se uma vez mais verdadeiros: ''a força da grana que ergue e destrói coisas belas''...Alcnol.

''Acidente'' de trânsito em plena luz do dia: automóvel indave mercadinho na Rua Frei Caneca...

Salvo melhor juízo, a imagem é estarrecedora. A violência do ''acidente'', ocorrido em plena luz do dia, foi tal que a porta da frente do mercadinho na Rua Frei Caneca ficou toda arrebentada. Sinais evidentes da imperícia com que se conduz veículos automotores no Brasil. As maiores vítimas são os anônimos pedestres, mas estes em geral não sobrevivem para contar suas estórias de horror. Isto aí poderia ocorrer com qualquer um de nós, ou com nossos familiares. Pessoas trabalham dentro de mercadinhos como este, e ficam expostos à ''fúria'' dos nossos motoristas- muitas vezes completamente embriagados. Até quando vamos todos tolerar tanta irresponsabilidade no trânsito???

Ainda o clássico São Paulo X Corínthians...

Quando dirigentes, técnicos e autoridades( Polícia, Ministério Público, etc.)assumem o primeiro plano na discussão sobre uma partida de futebol, o resultado não poderia ser outro: um jogo de segunda categoria, péssimo...Mas, ao invés de comentar a partida, sobre a qual já falei inclusive em um post anterior, meu propósito aqui é outro. Já me manifestei neste blog francamente contrário à crescente prática dos ''chiqueirinhos'' no futebol. ''Chiqueirinhos'' são aquelas áreas minúsculas, no pior lugar dos estádios, destinadas aos torcedores da equipe ''visitante''...Considerações de segurança- se é preferível reservar 5% ou 10% da carga de ingressos para a torcida do time ''visitante'', ou mesmo realizar, como na Argentina, partidas com venda exclusiva de ingressos para a torcida do time da casa- não devem se sobrepor àquela que é a principal função de uma partida de futebol: o divertimento. O futebol é, e deve continuar a ser, um esporte de congraçamento, de união de povos, raças e indivíduos. A violência toda promovida por integrantes das chamadas ''torcidas organizadas''( aglomeração de delinquentes com o objetivo de perturbar a Ordem Pública)não pode ser utilizada como pretexto para restringir a liberdade dos demais torcedores...Um estádio é, salvo melhor juízo, uma área pública- e a Constituição do nosso país garante a livre expressão e manifestação para todos os cidadãos, sem necessidade de ''autorizações'' prévias por parte das ''autoridades'' para a promoção de eventos em locais públicos...Se um estádio é um local público, ou semi-público, qual seria a justificação para restringir o acesso de torcedores de outras equipes? ''Ah, mas assim você está defendendo a liberdade para os meliantes promoverem badernas nas ruas e no interior dos estádios'', já posso ouvir o argumento em contrário. Não, absolutamente não. Defendo a aplicação pura e simples da Lei. Restrição à livre circulação de torcedores não vai acabar com a violência. Defendo que ''torcedores'' - tais como os membros de torcidas organizadas- que forem flagrados cometendo delitos sejam punidos duramente. Inclusive, como é feito na Inglaterra, com a proibição- durante um determinado período- de frequentar estádios de futebol...A nossa Lei, que não está sendo cumprida, já permite aplicar punições severas a torcedores. Se não, que se crie imediatamente uma Lei específica para regular este assunto...O que não dá é para, a pretexto de se reduzir a violência, tolerar as crescentes restrições à livre manifestação dos demais torcedores- aqueles que não depredam, não matam, não delinquem...Torcedores, os demais, os honestos e respeitadores da Lei, vão aos estádios para torcer. Para poderem se manifestar livremente, a favor da equipe de sua preferência. E, a pretexto de reduzir a violência infelizmente ligada a estes eventos( públicos, repita-se), estão sendo tolhidos em seu direito à livre manifestação. O caso, mostrado ontem em um programa esportivo da TV Bandeirantes, de um torcedor corintiano- trajando a camisa de seu time- que foi ''convidado'' a deixar as cadeiras do estádio do Morumbi é odioso...O cidadão pagou o ingresso- caro- e estava ali para divertir-se, mas acabou sendo tratado como um meliante, e, pior, com a aprovação dos torcedores são-paulinos( o meu time, aliás)presentes...Cansei de assistir partidas semelhantes no mesmo local, ao lado de corintianos, palmeirenses, santistas, e posso garantir que é justamente a diversidade- a possibilidade de conviver com pessoas que defendem pontos de vista contrários aos nossos- a grande marca da nossa civilização, de qualquer regime que se diga minimamente democrático...Partidas com uma torcida só, ou com ''cotas'' de 5% ou 10% para os visitantes, ao contrário de contribuir para diminuir os conflitos só acirram os ânimos. Defendo o meu direito de torcer livremente pelo meu time, e em qualquer parte do estádio- por exemplo no Palestra Itália, campo do Palmeiras- e vice-versa...Fechar a porta para a possibilidade de convivência entre contrários em uma partida de futebol é, em suma, acabar com o principal motivo para se praticar futebol. Que foi inventado na Inglaterra, no final do século XIX, mas acabou sendo adotado por nações de Terceiro Mundo como a nossa. O futebol proporciona que seres considerados ''inferiores''- como nós fomos considerados durante muito tempo por nossos colonizadores- possam dar o devido ''troco'' dentro das 4 linhas. Ali dentro somos quase imbatíveis, já mostramos isto há muito tempo. Se a principal característica, portanto, de uma partida de futebol é a diversidade, a convivência de opostos, sob que pretexto nós toleraríamos a eliminação destas diferenças fora de campo? Matando esta convivência, a saudável provocação entre vizinhos torcedores de equipes diferentes, estaremos, no fundo, eliminando a principal razão para se disputar uma ''simples'' partida de futebol...Alcnol.

Viagem a Campos do Jordão- continuação...

Campos do Jordão, se esquecermos as montanhas ''fatiadas'' para satisfazer a necessidade de diversos ricaços de possuir mansões ''na serra'' e os programas padronizados para entreter turistas mais apressados, tem muito a oferecer. Esqueço por momentos a cidade que já qualifiquei como um ''shopping center a céu aberto'' para lembrar do essencial, daquilo que me levou até lá: a natureza exuberante...Lembro de um turista, em Curitiba, que- quando estávamos passando ao lado do Parque Tingüi- sacou a sua câmera digital último tipo para fotografar uma exuberante mansão de 3 andares com vista para o Parque...Ignorou o Parque, certamente para ele algo ''menor'', para ficar com a mansão- algo que ele sonha em adquirir há muito tempo, se já não possuir algo semelhante...Assim como este turista, mas de modo exatamente contrário, decido ignorar as muitas menções do Guia a respeito das personalidades que possuem casas em Campos do Jordão para registrar coisas muito mais simples e, para mim, com maior valor: árvores, montanhas verdes, pôr-do-sol. ''Romantismo?'' Falta de ''espírito prático''? Em Campos do Jordão decido registrar apenas aquilo que me levou de São Paulo( 170 KM de distância, ou 3 horas de ônibus)até ali. Para ver mansões, ou mesmo fazer compras, não é preciso sair da capital paulista...PS: ''Louco'' por cidades grandes que sou, talvez seja por isto que, sempre que tenho de sair de São Paulo por qualquer motivo, sempre guardo, no íntimo, aquela sensação de estar ''perdendo'' alguma coisa, algum grande e imperdível evento na capital paulista...

Painéis na Avenida Rubem Berta...

Certamente muitos de vocês, que moram ou já visitaram a cidade de São Paulo, já podem ter deparado com estes painéis aí-na Avenida Rubem Berta, a caminho do Aeroporto de Congonhas. Se o trânsito estiver ruim- como acontece quase todo o tempo- dá até para dar uma espiadinha...As imagens, embora muito bem feitas, retratam alguns momentos da história de nosso país dos quais não temos o menor motivo para nos orgulhar( a venda de escravos, por exemplo). Mas, reconheça-se, tem um belo impacto visual...A Avenida Rubem Berta, para variar, é mais um exemplo da total falta de preocupação das nossas autoridades com os pedestres: calçadas estreitas que, de vez em quando, são interrompidas por pequenos ''matagais'' como o mostrado na primeira foto. A solução? Sair da calçada e ''aventurar'' por instantes em meio aos carros...Um ''programa'', enfim, para ser feito uma única vez, sem repetições...Já a ida ou volta de Congonhas, esta é inevitável. Assim como os engarrafamentos...

Público X Privado ou ''aqui não é permitido fotografar''...

A cidade que mais possui câmeras de vigilância é Londres. No entanto em qualquer grande centro do nosso país, mais por iniciativa privada do que pública, deparamos o tempo todo com aquelas plaquinhas ''Sorria! Você está sendo filmado''. O que fazem com estes filmes, aí é outra coisa...O propósito, às vezes, nem sequer é o de garantir mais segurança aos estabelecimentos: graças a estas filmagens, as empresas estudam o melhor jeito de empurrar-nos mais produtos em época de crise...Agora, quando se trata do uso de câmeras digitais ou telefones celulares por parte do público consumidor, registrando a atividade das referidas empresas, a estória é diferente. Volta e meia sou abordado por seguranças nos lugares mais inesperados, alertando bruscamente para o fato de que ''são proibidas fotos neste lugar''. Até mesmo, quem diria, na recém-inaugurada Livraria Cultura do Shopping Bourbon Pompéia. Mostrada, mesmo assim, em um post de dezembro. Aliás, o que deseja esta livraria com uma medida draconiana como esta? Não acredito que eles sejam tão ingênuos a ponto de garantir, com medidas grosseiras como esta, o segredo de- por exemplo- detalhes da loja...Qualquer arquiteto ''espião'' pode circular tranquilamente por ali e, mesmo sem tirar foto alguma, estudar alguns dos detalhes daquele estabelecimento. Outro dia fui assistir o belo filme argentino ''Ninho Vazio'', no Espaço Unibanco da Rua Augusta. Pretendia, após a exibição, fazer alguns comentários sobre o mesmo. Mas já durante a projeção desta película, na abertura, somos advertidos de que quaisquer filmagens ou fotos são terminantemente proibidas. OK. Se quiser comentar algo sobre o filme, blogueiros sairão com uma ''pequena'' desvantagem sobre os meios de comunicação de massa. Mas nada que não possa ser compensado. O importante é o conteúdo, a mensagem...Ao sair, já em pleno saguão de entrada, resolvi tirar algumas fotos do café e de um pequeno bar. Aponto o celular para o bar, repleto de cartazes de filmes, e eis que vem um segurança em disparada alertar que ''não é permitido tirar qualquer foto dos cartazes''. Ante um simples ''por que?'', e sem respostas, insisto em falar com o gerente do Espaço Unibanco Augusta. A resposta: ''em função dos nossos contratos com as distribuidoras, não são permitidas imagens dos cartazes de filmes''. -''Qual a natureza daquele Hall de Entrada do cinema?'', eu pergunto. A sala de projeção pode ser uma área restrita, mas ali já é um espaço público, aberto. Onde é que seriam permitidas fotos? A resposta veio rápida: - ''Da rua para dentro, é permitido''...O mais ''engraçado'' desta discussão toda é o seguinte: tão zelosos que são da ''incolumidade'' dos cartazes, a ponto de impedir qualquer espécie de registro, os nossos ''xerifes'' e seus ''capatazes'' daquele cinema não sabem- ou fingem não saber- que a poucos metros dali camelôs vendem tranquilamente em suas banquinhas os últimos ''sucessos'' do cinema...Mas toda esta novela sobre ''poder ou não fotografar ou filmar'' não é apenas uma estória engraçadinha. Diante de tudo isto, nos perguntamos onde está a Isonomia( direitos iguais ante situações semelhantes)disto tudo. Podemos ser filmados o tempo todo, mas não podemos filmar os que nos filmam...O que pretendem com tantos segredos? O que é que eles escondem? O que tramam? Um Shopping Center, por exemplo, é um espaço público ou privado? Pode um Shopping restringir fotos ou filmagens de seus frequentadores? E um restaurante? Aliás, no dia em que algum restaurante fizer algum tipo de restrição semelhante, deixarei imediatamente a casa para não mais retornar...O fato, concluo, é que, enquanto somos forçados a ''pedir autorização'' para tirar simples fotografias em certos lugares, estes mesmos estabelecimentos muitas vezes não tem o menor pudor em filmar-nos sabe-se lá com que propósitos...Isto é justo? Vendem-nos- literalmente- o tempo inteiro a idéia de que, como consumidores, somos ''livres para agir como melhor pretendermos''. ''O consumidor é o rei, é ele quem manda''. Na prática regulamentos absurdos e misteriosos- que não são ''Leis'', e por isto mesmo podemos ou não obedecê-los conforme concordemos ou não com o seu conteúdo- restringem o tempo inteiro a nossa liberdade. ''Brave New World''! PS: As fotos tiradas estão aí. A primeira, de cima para baixo, a ''permitida''( tirada ''de fora'', da Rua Augusta). A segunda, do bar com os cartazes em cima, a ''proibida''. A terceira, do café, não lembro mais se era ''permitida'' ou ''proibida''...O filme? É muito bom, mas diante de toda esta discussão acabou ficando em segundo plano...Alcnol.