sábado, 27 de novembro de 2010

Notícias do front 2: um grave erro estratégico...

Salvo o deputado carioca Marcelo Freixo( PSOL-RJ), que representa os chamados setores ''progressistas''- contrários a batalhas e invasões de morros- a batalha que a PM do Rio vem travando contra traficantes é apoiada por quase todo mundo. Há, além de um grande temor, um certo ''alívio'' pelo uso- mesmo que tardio- de forças militares combinadas- Policia Militar, Polícia Federal, Marinha, Polícia Rodoviária Federal- contra os traficantes cariocas.
Sabemos que em tempos de ''guerra'' as reflexões são deixadas normalmente em segundo plano, por causa do medo que as pessoas tem de acusações de ''cumplicidade'' com o chamado inimigo.
É de saudar a retomada pelo Estado brasileiro, escolhido pelo povo nas urnas, de territórios tomados pelo chamado ''Estado Paralelo''- que ali impunha suas ''leis'' e seu ''terror''.
No entanto o propósito de uma ação militar, em nosso modesto entender, é ''conter'', ''cercar'' e ''destruir''. A PM do Rio, apoiada por seu serviço de inteligência, sabia que haviam várias rotas de fuga do Complexo da Penha.
A situação era ímpar: centenas de traficantes em fuga...
Poderia-se cercá-los e, até mesmo, anunciar por alto-falantes a proposta dos Homens da Lei: rendam-se ou serão todos liquidados. É assim que se trata não criminosos comuns, mas sim uma força beligerante, armada, que possui o domínio de territórios em um verdadeiro ''Estado Paralelo''.
Helicópteros davam apoio à Polícia.
O que esta fez?
Deixou, mais uma vez, os bandidos escaparem por entre os dedos...
Esta política das forças de segurança do Rio está se mostrando questionável. Traficantes vão se agrupando e reunindo, nas áreas que restam. É preciso aproveitar o forte apoio popular a esta ação para resolver esta situação de uma vez por todas, antes que cheguem a Copa do Mundo de 2014 e as Olímpíadas.
Um jornal popular carioca chegou a comparar os traficantes em fuga, e armados, a ''baratas''. Populares discutiam nas ruas se não era melhor que estes meliantes, avaliados em cerca de 200- armados e perigosos- fossem metralhados neste exato momento...Talvez a presença do Globocop, helicóptero da Rede Globo- que filmou toda a fuga- tenha ''inibido'' um pouco a decidida ação dos homens de segurança...Infelizmente a ''limpeza'' não foi feita desta vez...Até quando esperar?
Alcnol.
PS: Em função das considerações acima, acreditamos que esta ação da PM do Rio tenha se revestido de um caráter muito mais ''midiático''. Mostrou força, encurralou, botou tropas na rua,mas a vitória acabou sendo apenas por ''pontos'', quando poderíamos ter dado um ''nocaute'' final...
Sabe-se agora que diversos líderes do tráfico evadiram-se do Complexo do Alemão por túneis, ou disfarçando-se de trabalhadores do PAC ou até pastores evangélicos...Ao que tudo indica, a batalha continuará até que o último destes bandidos seja definitivamente capturado( ou morto)...

Rompendo tabús...

Dois fortes tabús foram rompidos graças a esta situação do Rio de Janeiro: o primeiro, o de que tropas militares seriam empregadas exclusivamente em confrontos contra um inimigo externo.
O segundo, mais antigo, o de que não se poderia enviar criminosos para lugares bem distantes.
A motivação para este segundo tabú baseia-se no fato de que antigamente militantes de esquerda eram mandados para longos ''desterros'' em localidades como a Ilha Grande- tradicional presídio fluminense- ou até mesmo para localidades na fronteira( no Amapá, em Rondônia, etc.).
A gravidade dos acontecimentos no Rio fez com que estes velhos tabús fossem rompidos após longos anos. Um certo pragmatismo parece ter tomado conta de todas as correntes políticas, salvo o PSOL do deputado estadual Marcelo Freixo( RJ). Este foi até mostrado por um ângulo favorável em Tropa de Elite-2, o filme que veio para tentar ''corrigir'' os ''defeitos'' do primeiro- apontado como ''fascista'' por alguns meios mais ''progressistas''.
Na hora H, porém, o ''Capitão, digo, Coronel Nascimento'' mostrou ter muito mais peso no imaginário popular que o deputado ''Fraga''...
Alcnol.