sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Festival de Cinema Espanhol, de graça...

Foi a primeira vez que visitei o Centro Cultural da rua Vergueiro. O único ''inconveniente'' é ter de retirar os ingressos com uma hora de antecedência. De resto, o lugar é de fácil acesso, fica ao lado de uma das estações do Metrô. O programa ontem, e até o próximo domingo, era uma mostra dos filmes do cineasta espanhol Bigas Luna. De graça...Ontem assisti a película ''Son de Mar'', de 2001. É a estória de um professor de literatura que chega a uma pequena localidade espanhola. Aos poucos, usando toda a sua ''lábia literária''( citando clássicos como ''Eneida'', de Virgílio), ele conquista uma bela jovem, que também é cortejada por um rico empresário( vitória- improvável no mundo ''real''- das letras...!). Ela fica grávida, e eles planejam se casar. Compram um barco, que ela exige seja batizado com o seu nome: ''Martina''. Embora replique que ''isto dá azar'', é isto que ele prontamente faz. Um belo dia, o barco aparece partido na praia. Nenhum sinal do Professor...Anos após, a bela Martina surge casada com o mesmo empresário que a cortejava incessantemente, mesmo após o casamento com o Professor. Porém, a idílica vida de milionária é sacudida pelo retorno do Professor, que era dado como morto. Ele liga várias vezes. Diz que ''cruzou os mares do mundo todo, só para descobrir que não podia viver sem ela''. Martina se torna ''amante'' do ex-marido oficialmente ''morto''...A citação favorita dele, que ela adora, envolve serpentes que se entrecruzam em uma cena trágica. Isto está ligado ao desenlace do filme. É profético...Eis uma obra-prima de um Diretor competente, que já conhecíamos de outras películas. Saímos todos da sala em formato de estádio( 144 lugares)''lamentando'' apenas que, como tudo na vida, também esta estória deveria ter fim...Pretendo virar freqüentador ''de carteirinha'' desta sala de cinema do Centro Cultural São Paulo...

Mistérios...

Como funcionam os aviões? Se você não trabalha no setor da aviação, terá um pouco de dificuldade para explicar...E os celulares? E a Internet? E os automóveis? Lidamos, quase que o tempo todo, com coisas misteriosas, que sabemos utilizar mas cujas bases científicas nos escapam...O que seriam as religiões senão tentativas de explicar, em termos humanos, forças muito maiores que estão ao nosso redor, mas que possuem um modus operandi muito diferente? O Poder humano- como sabemos- atua por meio de ordens, comando, centralização, punição. A vingança é um sentimento bastante humano. Assim como o ciúme, e a inveja. Porém, como descrever um Poder que nos dá total liberdade para sermos como nós quisermos? Que é não-localizado, que está aqui ao nosso lado- bem como dentro de nós- assim como em todo o Universo, mas admite mesmo que o neguem, que duvidem de sua própria existência? Que não busca mandar, explorar ou dominar? Isto tudo é muito sutil. Não há ''Manuais'' que tirem todas as nossas dúvidas sobre o Poder Divino. Todos os livros, de todas as religiões, refletem mais as nossas dúvidas do que as nossas certezas sobre este tema...A maior obra do Criador não está nos livros (caso contrário deveria estar na primeira pessoa: ''Eu, Deus...'', e não na terceira, indireta)mas sim na realidade que nos circunda. A maior, e talvez única, ''prova'' de devoção que nos é exigida é sermos felizes, aproveitarmos ao máximo as nossas vidas A melhor forma de honrarmos ao ''Pai'' é tratando da melhor forma possível os seus Filhos, nossos semelhantes. O método Oho'oponoopono é algo que desperta, ainda, mais dúvidas do que certezas, Paradoxalmente, isto é bom. Ao afirmarmos- aqueles que porventura decidiram experimentar a proposta- ''eu te amo'', a quem estamos nos dirigindo neste processo de auto-cura? A nós mesmos, eis uma possibilidade. Mas por que não usamos o mais apropriado ''me''? Ao Criador, ao Universo, eis outra interpretação um pouco mais complexa, uma vez que estas figuras não se adaptam propriamente ao pronome pessoal ''te''. Mas tudo bem, admitamos ser esta uma forma de comunicação com forças maiores do que nós...Ainda há uma terceira possibilidade, que torna a coisa toda ainda mais interessante. Ao andarmos pelas ruas, como eu ando fazendo nos últimos tempos, repetindo diversas vezes ''eu te amo'', reparamos que algumas pessoas, misteriosamente, olham para trás como se aquela afirmação silenciosa, puramente mental, fosse dirigida diretamente a elas...E, melhor, por que não estaria sendo dirigida também aos outros, nossos ''espelhos''? Somos como animais, captando o tempo todo com nossas ''anteninhas'' as mais diversas informações e vibrações. O resultado disto são as nossas idéias, às vezes positivas e outras vezes nem tanto( vide ''Os quatro compromissos''...). Somos todos telepatas. Sentimos, mesmo sem ouvir a declaração diretamente da boca da outra pessoa, quando alguém gosta de nós, ou nos odeia...O amor que emitimos para o Universo, eis aonde quero chegar, ''não tem endereço certo''. Não é divisível, separável, apropriável por apenas um ser determinado- mesmo que seja a nossa pessoa...Entenderam aonde quero chegar? Ao pensarmos ''eu te amo'', estamos entrando na mesma esfera vibracional do Criador...Estamos ''pensando como Ele'', e esta é a nossa principal missão nesta vida: descobrir que somos, igualmente, Criadores, Filhos Dele( gosto muito de uma frase que li na traseira de um caminhão: ''Eu não sou o dono do mundo, mas sou filho do dono''...)Ao contrário do plano das Coisas- que nos parecem limitadas, divisíveis, escassas, ''difíceis de adquirir''- o plano do Amor, a essência do Divino, é ilimitado. O amor da simples frase ''eu te amo'' é, para a nossa surpresa, enviado para todo o Cosmo...Quando entramos de verdade neste campo, somos tomados mais por perguntas do que por certezas. As coisas parecem nos escapar, fugir ao nosso ''controle''. Nestas horas vem à mente a famosa frase de Sócrates: ''Eu sei que NADA sei''...Estamos todos aqui para aprender, algum dia...