terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Um almoço tipicamente...brasileiro...

Como se sabe, São Paulo tem a fama de possuir um ''pouco de tudo''. Todas as nacionalidades estão presentes aqui. Semana passada comi em um restaurante basco( breve um post sobre esta casa). E uma famosa casa grega, com origem no bairro do Bom Retiro, acaba de inaugurar uma filial na Rua Haddock Lobo. Estou programando conhecê-la. Bom, mas falávamos que a capital paulista tem um ''pouco de tudo'', é um micro-mundo em que todas as nacionalidades e povos estão representados. Até mesmo o Brasil...Não precisamos pegar um vôo para comer uma comida tipicamente nordestina em Natal ou Fortaleza. São Paulo tem casas excelentes que preparam os melhores pratos da culinária destes e de muitos outros estados. O Tordesilhas- na Rua Bela Cintra, sentido centro- pretende representar um pouco de cada uma das regiões brasileiras. Tem, às terças, ''Virado à paulista''. Às quartas, a tradicional feijoada paulistana( servida , como em outros lugares, também aos sábados...). No cardápio, o Barreado( prato típico do Paraná), sorvetes da Amazônia, tutú à mineira, moqueca capixaba, entre outras delícias nacionais...De entrada, ''mergulhei'' em um caldinho de feijão com pequenos pedaços de torresmo. Além de meia-porção de bolinhos de tapioca com carne-seca. O prato principal foi um delicioso ''medalhão de carne de sol com risoto de pupunha''. Carne macia e, como era de se esperar, com um gosto marcante...Para finalizar esta orgia de delícias- logo após ter iniciado a semana em um restaurante vegetariano( vide posts de ontem)- deliciei-me com aquela sobremesa que é um dos ''carros-chefe'' do Tordesilhas: ''pudim de tapioca com baba de moça''. Uma das melhores sobremesas de São Paulo, diga-se de passagem...Como era de se esperar diante de tanta habilidade e eficiência, a casa estava lotada na hora do almoço. Executivos engravatados e turistas- na mesa ao lado, redonda, um grupo encantado de visitantes falava francês...- dividiam alegremente e democraticamente o mesmo espaço( uma área externa que mais parece um jardim). O espaço foi batizado com o nome de Manezinho Araújo( em homenagem a um artista nordestino). Uma das sobremesas também leva o nome dele( banana caramelizada com espumas). Informalidade, tratamento especial, um cardápio com diversas atrações igualmente interessantes, motivos para voltar a este ''Tordesilhas'' não faltam. E nem precisamos cruzar o ''Cabo da Boa Esperança'' nesta navegação gastronômica: basta atravessarmos a Paulista no sentido do centro da cidade...Alcnol.

''Quanto é que você daria por este prato?''

Imagine o próprio chef, um garçom, ou mesmo o dono do restaurante fazendo-nos esta perguntinha aí no final de uma refeição...''Quanto vale?''. Com direito a darmos inclusive nota zero- ou zero libras como preço por um almoço...Pois saiba que em Londres já existe um restaurante que funciona nestes moldes, ou seja, sem preço fixo. Segundo a BBC Brasil, em matéria de Maria Luísa Cavalcanti, o restaurante Little Bay, situado no bairro central de Farringdon, está realizando esta experiência- por enquanto apenas neste mês de fevereiro. De acordo com Peter Ilic, proprietário do estabelecimento, ''nós começamos a promoção no domingo. Neste dia, todo mundo pagou e ainda pagou mais do que os pratos custam. Ou seja, já comecei no lucro'', conta. Uma refeição custa, em média, 25 libras( cerca de R$82,00)por pessoa no Little Bay. O dono disse ainda esperar que apenas uma parcela dos clientes acabe não pagando nada pelo que comer. ''Não importa, pois instruí os funcionários a tratar todo mundo da mesma maneira'', prometeu. Enquanto isto, em terras tupiniquins, o escritor Antônio Bivar relatou- na revista Joyce Pascowitch- ter encontrado recentemente, na cidade fluminense de Paraty, uma casa em que não há cardápio. Come-se às cegas até chegar a conta final. Ele e as duas amigas acompanhantes, inglesas, embarcou nesta aventura. Pagaram cerca de R$ 180,00 por cabeça, o que não é muito diferente do que se paga em vários lugares ''grã-finos'' do Rio ou de São Paulo...A idéia de valor, preço, diga-se de passagem, é recente na história da Humanidade. Os artesãos, tal como os feirantes, negociavam o valor cobrado por suas mercadorias. Acostumados que estamos com a idéia de preço, tendemos a imaginar que as coisas ''sempre foram assim''. Não é verdade. O preço é arbitrário, apenas uma referência/ convenção. Quando se libera o cliente para pagar o quanto ''achar que vale'' o resultado pode ser distinto: nada, nos lugares que realmente não tiverem qualidade, ou até mesmo um valor maior do que o habitual quando estivermos diante de uma pequena obra-prima...O que você prefere? Ruim, no final de tudo, é não poder pagar- nem muito nem pouco...

Férias no Sul- Natal em Florianópolis...

Florianópolis funciona em um ritmo diferente. Os locais ainda não se renderam por inteiro ao ''Deus Dinheiro''. Assim, na véspera do Natal Floripa já para- retornando ao ritmo normal apenas no dia 26 de dezembro...Acostumados que estamos a cidades maiores, insistimos em bater às portas do Shopping Beira-Mar no dia 25. Exceto por duas famosas redes de ''fast food''- que não fecham jamais para poderem atender os ''viciados'' em seus produtos- todo o restante da Praça de Alimentação estava fechado...Silencioso, o local mais parecia um deserto...Conseguimos almoçar em uma pequena comunidade nos arredores de Florianópolis, e pensei em um sorvete como ''sobremesa''. Nada feito. Na cidade a filial da rede americana Pizza Hut- instalada na Avenida Beira-Mar- era um dos poucos estabelecimentos abertos neste dia 25 de dezembro, com um detalhe: após as 5 da tarde( fotos 1 e 2)...Mas, embora isto não seja ideal, reconhecemos a necessidade de um pequeno descanso por parte dos funcionários do comércio, e sempre se pode adquirir uma pequena ''reserva'' alimentar para emergências como esta- e eu já havia pensado nisto...

Nos arredores do restaurante natural, um pouco mais da Rua Oscar Freire...

Esta Rua Oscar Freire é tão diversificada que mais parece ''duas''...ou ''várias''...Nos arredores do restaurante vegetariano que mostramos no post anterior, flagramos vários prédios antigos, baixinhos, em meio a alguns ''espigões'' mais modernos. Pois a Rua Oscar Freire- quem diria?- acaba, graças a esta diversidade e espírito democrático, sendo uma espécie de ''síntese'' da própria cidade de São Paulo, que a abriga...

Restaurante natural na Oscar Freire? Também tem...

Alguns meses atrás fiz uma matéria sobre ''o outro lado da Oscar Freire'', mostrando a diferença entre a região conhecida e badalada que reúne algumas das marcas mais famosas do mundo e a pacata área além da Avenida Rebouças- com prédios antigos, padarias, ônibus circulando, etc. Ontem, segunda-feira, nós pegamos o metrô para conhecer um restaurante natural naquela outra área da Oscar Freire. Descemos na Estação Sumaré, andando alguns passos no sentido dos automóveis( rumo aos Jardins). O nome do local é ''Galleria Orgânica''. Almoçamos na sobreloja, em uma área aberta e com vista para fora. O ritmo tranquilo do local e dos arredores deu-nos a impressão de que estávamos ''fora'' de São Paulo. Sem filas, sem gente conversando aos berros, sem ouvir o quase inevitável ''canto das buzinas'', olhando ao redor e divisando apenas um prédio alto ao longe, ouvindo até o canto dos pássaros...Não, eu não estou sonhando. Nem estava delirando. A impressão de calmaria combinou com a comida saudável- toda orgânica- servida. Salada à vontade, sopa( a do dia era de espinafre)e um prato quente( ou crú, podemos optar). Ao contrário dos ''fast food'' em que engolimos qualquer coisa às pressas e, dentro de poucos minutos, já estamos com fome, a cozinha vegetariana requer muitas mastigadas- graças aos alimentos fibrosos. Acostumado que estou aos ''pratões'', fiquei em dúvida quando chegou o prato quente: ''será que ficarei satisfeito só com isto?''. Fiquei. E não só na hora, como aquela comida extremamente nutritiva e substanciosa me satisfez por toda a tarde...De sobremesa comi uma torta de banana, também no estilo ''mais qualidade do que quantidade''. O local- que possui um blog: www.galleriaorganica.blogspot.com- também serve pizzas, às quintas, sextas e sábados, a partir das 19 horas. Detalhe: as pizzas são feitas com farinha integral e fermentação natural...Segundo uma pequena nota sobre o restaurante que saiu em uma das revistas paulistanas( Veja/SP ou Época São Paulo), o proprietário é um DJ- vimos lá as ''pick ups''- e costuma dar umas ''canjas'' à noite nos finais-de-semana...O Galleria Orgânica conta também com uma pequena lojinha no térreo, um entreposto de produtos naturais( doces, sucos, etc.). Comprei um suco de uva orgânico feito no Rio Grande do Sul, de 2 litros, e saí do local com a impressão de ''quero mais''. Quem disse que São Paulo ''não combina'' com alimentação saudável? Alcnol. PS: O endereço do ''Galleria Orgânica'' é Rua Oscar Freire, 2273- proximidades da Estação Sumaré de metrô...PS2: Só não sei se ali ainda é Pinheiros, ou leva outro nome...