quinta-feira, 7 de maio de 2009

Almoço de ontem em Pinheiros, ao lado da Fnac...

No último fim-de-semana estive na Fnac- Pinheiros para comprar uma câmera digital, que breve será utilizada neste blog...Ao passar pela Praça dos Omaguás rumo à livraria, deparei com um charmoso restaurante com vista para as árvores. Decidi conhecê-lo durante a semana. O nome é ''Gardênia'', e é comandado pela jovem Chef Marina Moraes( também à frente do ''Casa Europa'' da Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 726). A especialidade da casa: o cordeiro. Em duas entradas e diversos pratos principais( paleta, stinco, lombo...). De criação própria, vindos da fazenda do pai de Marina, em Itu. Sentei em uma mesinha no lado de fora, de frente para a Praça. De entrada, escolhi bolinhos de arroz( muito bons, especialmente com um pouco de pimenta tabasco...). Prato principal: lombo de cordeiro, mas pedi para trocar o acompanhamento( de risoto, como tradicionalmente se faz, para arroz integral- uma das inúmeras opções da casa...). A carne macia, lembrei de imediato de outra de minhas melhores referências gastronòmicas aqui em São Paulo: o Ici Bistrô...Quando ligamos algo novo a uma de nossas experiências mais agradáveis é sinal de que pretendemos retornar, e essa é a conclusão lógica: este é um lugar que vale a pena ser revisitado...Afinal, estamos longe de esgotar as várias opções de cordeiro e o restante do cardápio...De sobremesa optei pelo bom ''pudim de pão da vovó''( quente!)com bola de sorvete de canela. Antes de ir embora passei mais uma vez na Fnac- como não fazê-lo?- e fiz mais alguns registros de Pinheiros que serão mostrados aqui no blog, nos posts seguintes. Eu sentia falta de uma referência gastronômica no simpático bairro de Pinheiros( afinal, até aqui só mostramos lugares que ficam na região ''limítrofe'' com a Vila Madalena( ''Le Manjue Bristô'' e o natural indiano na Fradique Coutinho, sem contar as várias visitas que já fizemos à ''Alternativa Casa do Natural''- em frente à Livraria da Vila...). O ''Gardênia'' é a nossa primeira referência de Pinheiros mesmo. E, pelo que vimos, não dá para não voltar...Alcnol.

''Não há distinção entre real e virtual'', afirma o psicanalista Contardo Calligaris...

Quanta polêmica esta frase irá causar...Mas o seu autor, que a proferiu em entrevista para o suplemento ''Link'' do jornal ''O Estado de São Paulo''( edição de 4 de maio de 2009), sabe do que está falando: Contardo Calligaris, que também é colunista da Folha às quintas-feiras, é famoso psicanalista. Fantasias e desejos reprimidos são o seu material de trabalho. Calligaris os sintetizou na peça de teatro ''O Homem da Tarja Preta'', em cartaz na Livraria Cultura do Conjunto Nacional( SP). Mas vejamos os seus argumentos, antes de mais nada. Segundo o ''Estadão'', ''para ele, amizades ou romances mantidos na web valem o mesmo que os mantidos fora dela. E comportamentos muitas vezes exóticos assumidos virtualmente são só o reflexo de características já existentes no indivíduo''. O psicanalista vê na Internet um papel libertário: ''Quem tem uma fantasia vê que não está mais só''. E exprime todo o seu ceticismo em relação ao chamado mundo ''real'', ao afirmar que ''quando se conhece alguém no mundo físico, é como um baile de máscaras. Você nunca sabe tudo. Mesmo fisicamente, as pessoas fazem cirurgias plásticas''. E não é que ele está corretíssimo? Vivemos há muito em um ''mundo de máscaras''. Por isto admiramos tanto as chamadas artes visuais, como o cinema: nele é possível espiar outras vidas, como que pela fresta de uma porta...É a arte que nos conecta em um mundo onde a maior ilusão é a de estarmos ''sós''...A arte, as artes( a literatura, o cinema, a música) quebram as barreiras, fazem as pontes entre os seres. A Internet vista aqui como arte pura, o meio de comunicação que veio para fundir todos os demais meios...Concluindo a entrevista com Contardo Calligaris, ele diz que ''o jogo de esconde e mostra da Internet- tanto na personalidade como fisicamente- faz parte da ''parte lúdica''. A Internet veio para quebrar esta noção limitada de que o homem- como diz o personagem de Tom Cruise em um filme- é apenas isto: ''What you see is what you get''( o que você vê é aquilo que você pode ter). Deixemos as aparências para os incautos, e façamos dos nossos sonhos e fantasias o nosso material cotidiano e inesgotável...Afinal, é isto- e não os nossos peitos e bundas- o que nos diferencia realmente dos demais animais...Alcnol.

Edifício- Garagem no centro...

O cenário parece de guerra, mas o lugar é apenas um edifício-garagem no centro da cidade. Mal cuidado, necessitando de uma pintura, mas continua a abrigar automóveis que disputam lugares em uma cidade que está tão carente deles. Infelizmente a objetiva não foi capaz de captar a imagem de alguns daqueles veículos, vários andares acima de nossas cabeças. Estranha a sensação de olhar para cima e, mesmo ali, observar máquinas motorizadas...Alcnol.

Mais centro da cidade: Praça da República...

A tradicional Praça da República virou um canteiro de obras. O objetivo é finalizar as obras da ''Linha Amarela'' do metrô, que será inaugurada no ano que vem( ligando o centro até as imediações do Estádio do Morumbi). Mas o Colégio Caetano de Campos continua como sempre, imperturbável em meio ao ''corre-corre'' dos passantes e ao ruído das obras na cidade que se orgulha de ''nunca parar''...Alcnol.

Fachada de hotel no centro...

Vejam só como são belas estas curvas da fachada do Hotel ''Marion Palace'', no centro. Estamos na região da Rua Cásper Líbero...

25 de Março sem camelôs...cena incomum...

Apesar de nosso texto antigo sobre as réplicas, alguém poderia apontar que havia uma lacuna neste blog: ''Como falar em réplicas sem mostrar o ''templo'' delas, a Rua 25 de Março?''. Mesmo sabedor disto, adiei por meses a inevitável visita a este templo das quinquilharias e muambas da capital paulista. Talvez imaginando que ''provavelmente não há uma pessoa neste país que ainda não tenha passado por ali''. Mas e os leitores de outros países? E aqueles que, no Brasil, ainda não tiveram oportunidade de visitar a capital paulista? Por mais incrível que pareça, conheço pelo menos duas pessoas no Planalto Central que nunca vieram a São Paulo, e não sabem o que estão perdendo...Enfim, na segunda decidi dar uma passada no centro e, quando dei por mim, estava cruzando o Viaduto Santa Ifigênia, nas imediações da Estação São Bento do metrô. ''Já que estamos tão próximos da 25- que alguns chamam orgulhosamente de ''twenty five''- por que não dar só uma passadinha?'', pensei. Pois justo neste dia a Prefeitura de São Paulo estava realizando uma operação de garantia a reformas urbanas naquela região, e para viabilizá-la proporcionou uma cena inédita aos visitantes: uma Rua 25 de Março sem camelôs, com as calçadas e asfalto livres...Embora vários comerciantes e alguns fregueses tenham gostado, o clima era de tensão... Inúmeros guardas civis metropolitanos em formação, consumidores habituais surpresos, e os tradicionais camelôs acabaram invadindo ruas vizinhas para poder continuar com sua atividade normal...Só a ladeira que dá para uma das entradas da Estação São Bento continuou como sempre- lotada...Vide a primeira foto, de cima para baixo deste post...Alcnol.

Prédio antigo na Alameda Jaú...

Fazer o que? Estes prédios mais antigos, sem pilotis e com poucos andares, saltam aos nossos olhares. Não pedem. Exigem a nossa atenção...Isto porque, por mais que o ser humano queira e julgue melhor ser ''normal'', estar dentro dos padrões, o padrão é morto, invisível. A natureza preza a diferença, a originalidade. A chamada ''normalidade'' nunca nos conduzirá a lugar algum, salvo a uma vida tediosa e uma vaga garantida no cemitério( quem sabe com um túmulo ''normal'', que não será visitado nem olhado por ninguém...). Quanto mais coisas ou pessoas disputam os nossos olhares/nossa atenção em um meio repleto destes dois componentes( objetos e pessoas), maior a necessidade- até mesmo por sobrevivência- de diferenciar-se, de destacar-se em meio ao conhecido. Até mesmo para conseguir um emprego é preciso fazer algo especial, que seja necessário para o nosso futuro empregador. ''O que você sabe fazer de melhor?'', nos perguntarão. ''Ah, não sei. Sou normal. Sou igual a todo mundo.''. ''OK. Fique aguardando em casa que nós ligaremos para você. PRÓXIMO!''. Gostei da chef de um restaurante que, após ouvir o meu comentário de que ''nunca havia provado nada bom naquele estabelecimento, pois aqui tudo é ótimo, excepcional, e não há o menor risco de provarmos pratos apenas razoáveis'', replicou de pronto afirmando que ''quando algo é apenas mediano nós o tiramos imediatamente do cardápio''...Felizmente o criador de todas as coisas é um pouco mais tolerante conosco e com as nossas ''normalidades''/ mediocridades, renovando todos os dias a possibilidade de, enfim, fazermos algo que seja único, só nosso e que, por mais críticas que receba, deixe em nós a sensação de termos deixado a nossa marca pessoal neste mundo tão corrido e frenético...Mas e o prédio das fotos, o prédio que originou este pequeno manifesto em defesa das diferenças? O prédio era só um pretexto...Alcnol.