sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Festival de Cinema Italiano

O Festival, que vai até o próximo dia 25, inclui desde filmes mais recentes até clássicos como ''Antes da Revolução''( Bernardo Bertolucci), ''Um dia muito especial''( Ettore Scola), ''Nós que nos amávamos tanto''( Ettore Scola), ''Giordano Bruno'' e ''Último Tango em Paris'', entre outros. A maior vantagem de morar aqui nem se dá quanto aos filmes chamados ''comerciais'', ou mesmo muitos dos ''alternativos''. Cedo ou tarde eles chegam também aos outros lugares. A maior vantagem de estar situado em São Paulo é ter acesso direto, via Festivais, à cinematografia do mundo inteiro. Semana que vem começa um Festival de Cinema Oriental, com filmes da Coréia, China, Taiwan...É de dar ''água na boca''. Estar aqui é poder ver aquilo que talvez jamais entre em cartaz, mesmo no circuito chamado ''alternativo''. Pois bem. O único porém deste Festival de Cinema Italiano são os locais de exibição dos filmes. Há, como honrosa exceção, o tradicionalíssimo ''Belas Artes'' da esquina da Paulista com a Consolação( vide foto). Porém, alguns filmes são exibidos também em lugares como os shoppings Iguatemi e Cidade Jardim. Nada contra, de minha parte, os shoppings. Mas os freqüentadores de shopping e o chamado ''público alternativo'' de cinema são como água e azeite: não se misturam...O resultado é que os dois filmes exibidos esta noite, no Iguatemi, tiveram a ínfima platéia- em um cinema de cerca de 150 lugares- de 10 PAGANTES no primeiro filme- ''Õnibus Noturno''- e aproximadamente 20 no segundo- ''Deus ajuda a quem cedo madruga''. As duas são películas recentes. A segunda é estrelada por um dos atores do bom filme recém-exibido aqui ''Meu Irmão é Filho Único''( é isto mesmo que você leu...). A primeira estória é policial. Envolve a procura de um ''chip'' de computador, por parte de inúmeras pessoas. A polícia, uma ''gangue'' de bandidos, e até um motorista de ônibus que se envolve neste rolo todo sem saber...Já o segundo, a grande atração da noite, narra a estória de um DJ. Ele começa em uma cidade do interior, e é convidado para trabalhar em Milão. O sonho de todo apresentador de programas de rádio. Sua carreira decola, vai de ''vento em popa''. Só há um ''pequeno'' detalhe, porém: ele, nas horas vagas, também costuma apostar em corridas de cavalo...E isto acaba gerando uma espécie de ''fortuna às avessas''. Ele passa a dever o equivalente a muitos, muitos mesmo, meses de seu salário...Isto se parece com a realidade de muitas pessoas em algum país tropical? Acho que, quando estrear no circuito comercial, vai fazer um ''baita'' sucesso no Brasil...Tiroteios, apostadores em corridas de cavalo, muitos ''golpes'', esta Itália se parece mesmo com o nosso país tropical...

Mais uma surpresa, ou porque é impossível conhecer ''tudo'' de São Paulo...

Não é nenhuma surpresa o fato de que o Brasil já possui 11 lojas do café americano Starbucks- 10 na capital paulista e uma em Campinas. Um de meus favoritos, sempre acabo indo lá pelo menos uma vez durante a semana. No entanto, passando hoje pelo Paraíso, a caminho do mesmo restaurante vegetariano que descrevi ontem neste blog, deparei com uma plaquinha nova do Starbucks, inédito naquela região. Sempre me surpreendo quando saio às ruas aqui. Nem sempre são grandes surpresas. Esta é uma trivial, registrada nas fotos que acompanham este texto. Já não conheço muitas coisas em São Paulo. Às vezes sequer aquelas regiões onde passo mais vezes...

Explicando as novas imagens...

Todas foram tiradas com meu novo celular, de modo a não dar margem a qualquer tipo de disputa por causa de direitos autorais...A primeira foto mostra o centro comercial Center 3, ''baixinho'' em meio aos prédios. Com 3 andares e um subsolo, tem 8 salas de cinema, praça de alimentação, uma livraria Nobel e dois cafés: Offner e Starbucks. Está situado em frente ao Conjunto Nacional-SP. A segunda foto mostra a Paulista, de um ângulo ''de baixo''( ao contrário da anterior vista aérea). A terceira é a fachada externa da Livraria Cultura do Conjunto Nacional- por sinal a maior livraria de todo o Brasil, com 3 andares. Atrás deste vidro há uma revistaria e o famoso, e sempre lotado, V-Café...A quarta imagem é da fachada do Conjunto Nacional, tirada do outro lado da Paulista- em frente ao já mencionado Center 3. Ao fundo o alto hotel Renaissance, um dos mais elevados prédios da região. Do lado está o cruzamento da Paulista com a tradicional Rua Augusta. Enfim, a última imagem continua sendo a do Parque da Aclimação. É isso.

''E quem disse que São Paulo não é assim, ''cara pálida''???

''Leledudu'' ( www.leledudu.blogspot.com) perguntou se não era muito ''purismo'' ficar publicando aqui todas estas fotos de árvores e parques...Imagino que ele queira ver neste site, movido por seu ''espírito jornalístico'', a ''São Paulo real'', ''do jeito que ela é''. Eis aqui mais um exemplo do clássico conflito entre ''idealistas'' e ''realistas''. Eu, parafraseando o slogan da candidata a Prefeita Soninha, do PPS, retruco de imediato: ''e quem disse que não pode ser deste jeito''? ''Quem foi que disse que São Paulo não É deste jeito''? A maior dificuldade em se retratar fenômenos de maior magnitude está no fato de que eles não são facilmente reduzíveis à proporção limitada dos nossos conceitos. Daí a dificuldade em se falar do Universo, especialmente calcados nos poucos conhecimentos que temos atualmente sobre o mesmo...São Paulo- esta ''cidade-estado'', este ''país em si só'', com um PIB semelhante ou maior do que o de muitos países da América Latina- não ''é'' as Marginais( Pinheiros e Tietê), não é a Avenida Paulista, não é o Morumbi, não é a Barra Funda, não é a Praça da Sé, não é o Parque do Ibirapuera, não é o MASP, não é o Itaquera. É um pouco de tudo isto, e muito mais. Por ser um fenômeno complexo, de grande magnitude, pode-se também fazer o reverso. Como um cientista que recolhe uma gota de um Oceano para fazer uma pesquisa, partindo do pressuposto de que aquela gota é representativa do conjunto, estas fotos todas no blog que refletem uma ''São Paulo Verde'' também são São Paulo. São Paulo é assim, e só assim conseguimos ainda sobreviver em uma megalópole altamente poluída, em vários de seus locais: na Vila Madalena, no Sumaré, no Pacaembu, em Higienópolis, nos Jardins, em cada um de seus poucos parques é possível encontrar exemplos daquilo que mais apreciamos- a natureza. E, quanto mais procuramos estas coisas, mais fácil se torna achá-las, em um claro exemplo da chamada ''Lei da Atração''. Eu busco, por mais ''difícil'' que seja encontrar, a natureza em São Paulo. Por ser tão rara, ela se torna- ao mesmo tempo- também mais preciosa...

O custo da crise

O correspondente da ''Folha de São Paulo'' em Washington, Sérgio Dávila, apontou ontem em matéria para aquele jornal qual é o preço da crise no setor econômico norte-americano até agora: ''Estatizações'' já custam US$ 1 TRILHÃO a governo dos EUA''. Informou que os analistas estimam que a conta federal desde o início da atual crise financeira já está entre US$900 bilhões e US$1,5 trilhão, ou cerca de 10% do Produto Interno Bruto(PIB)norte-americano, e ''pode chegar a muito mais''. As chamadas ''estatizações''- operações em que o governo adquire o controle de empresas à beira da bancarrota- já motivam piadinhas na Internet e na imprensa: o irmão do norte já estaria sendo chamado de ''URSSA''( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas da América)...A atitude do governo Bush, contrariando todos os manuais ''liberais'' de política econômica e o discurso histórico de seu próprio partido, estimulou outros setores a buscar abrigo sob os ombros do Tio Sam. Segundo a mesma matéria da ''Folha'' a que nos referimos no início deste post, ''nas últimas horas, cresce, por exemplo, a pressão de montadoras norte-americanas para um pacote. Detroit- as montadoras de Detroit, leia-se- pede US$25 bilhões em auxílio federal''. Segundo o historiador econômico Ron Chernow, ainda segundo o texto da ''Folha'', ''esse governo foi longe demais''. ''Nós vivemos a ironia de uma administração pró-livre-mercado fazendo coisas que o governo democrata mais progressista não faria em seus maiores delírios'', disse ele ao 'New York Times''. Digam-me agora como é que os republicanos farão suas campanhas doravante: certamente não terão condição moral de agitar a tradicional bandeira ''No more taxes'' ( chega de impostos)...Toda esta dinheirama não está saindo do nada. A conclusão mais lógica é que o contribuinte norte-americano terá de pagar esta conta por gerações. E o pior é que não havia outra alternativa senão salvar todos estes bancos ou instituições financeiras, ou a economia americana- com forte impacto sobre o mundo inteiro- quebraria...