quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Topo da Montanha

Um dos professores utilizou esta imagem. Chegar ao topo da montanha. E ela é muito forte. Chegar ao topo da montanha significa adquirir auto-domínio. Atingir um padrão de excelência, sabedoria. O ideal seria que, ao longo dos anos, fôssemos todos nos aproximando do topo da montanha, um passo natural que revelaria uma evolução progressiva. Mas nem a humanidade mostra sinais de evolução, nem as nossas vidas são assim tão certinhas. Muitas vezes caímos. Noutras, parecemos entrar em um limbo, do qual não conseguimos sequer vislumbrar qualquer saída. Mas o topo da montanha continua lá, nos esperando como sempre. Pode estar invisível para nós, mas a montanha não se desloca. Nem desaparece. O topo da montanha, em tese, é atingível por qualquer um. Basta ter paciência e perseverança necessárias. O topo da montanha talvez não seja um lugar. Mas um estado. Um estado de desapaixonamento, de equilíbrio, de ampla perspectiva. Em um longo trecho de nossas vidas vamos acumulando coisas, inclusive conhecimento. O topo da montanha atingimos, paradoxalmente, quando começamos a nos livrar de todo o lixo que juntamos na primeira parte do caminho. Das certezas. Das condenações. Nossas e dos outros. E quanto mais vamos entendendo que aprender é na verdade desaprender, e que as melhores coisas da vida são de graça, mais vamos nos aproximando deste estado de graça que é o topo da montanha. Na geografia da alma, ao contrário da física, o topo da montanha se concilia com as ondas do mar...