terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Surpresa...

Sempre que vou ao Shopping assistir um filme, em especial nos finais-de-semana, vejo uma fila gigantesca na porta- meio que congelada- à espera do ''filme da moda''( geralmente infantis).
Por isto, ao adquirir no último sábado o meu ingresso para a película ''Dama de Ferro''( sobre a ex-Primeira Ministra Britânica Margaret Thatcher), qual não foi a minha surpresa ao ser informado que o ''curralzinho'' era justamente para este filme...
Efeitos do Oscar?
Será que pensaram todos aqueles adolescentes pacientemente postados à frente do cinema que aquela era uma película ''de ação'', com uma super-heroína?
Muitos até saíram antes, apesar da excelente interpretação da atriz Meryl Streep...
Outros, em especial na imprensa, ensaiaram um coro no estilo ''filme fraco''...
Shows e interpretações à parte, o ''pacote Thatcher'' foi polêmico à época, e continua sendo. Do tipo ''pegar ou largar''.
Mesmo seus críticos, como os opositores trabalhistas, foram obrigados a manter as reformas que começaram com Thatcher( assim como no Brasil na transição PSDB- PT, e no Chile na transição Pinochet-Concertación...).
Todos reconhecem que, após Thatcher, a Inglaterra nunca mais foi a mesma...
Tendo em vista as circunstâncias, a líder inglesa- reconheçamos- nunca teria se imposto em um meio predominantemente masculino se ''falasse baixo'' ou propusesse medidas ''suaves'' e ''conciliatórias''...
Sinal dos tempos: Thatcher foi um dos últimos grandes líderes políticos de verdade, daqueles capazes de tomar medidas impopulares mas necessárias- fosse qual fosse o ''custo político eleitoral''...
Os líderes atuais só agem em função de pesquisas...
Por isto, não fazem o que deve ser feito -a exemplo da adoção do polêmico ''Pedágio Urbano'', medida que, por sinal, foi adotada primeiro em Londres- para não se chocarem com seus eleitores( os proprietários da enorme quantidade de veículos que atravancam as ruas dos nossos grandes centros).
Continuamos assim( pós- Thatcher): todos ''reclamam dos efeitos''( engarrafamento), mas ninguém admite contribuir de alguma forma para o mesmo...
Loucura? 
Ou há alguma outra palavra para descrever estes nossos tempos?
Alcnol.

Triste, mas verdadeiro...

Quem assistiu ''Histórias Cruzadas''( ''Help'')há de se perguntar como fatos semelhantes puderam ocorrer na segunda metade do século XX, na nação mais poderosa do mundo.
Sim, porque- por mais que tenhamos lido ou ''ouvido falar'' a respeito do Apartheid na África do Sul e da ação da Ku Klux Klan no sul norte-americano- é de revoltar a visão de fatos semelhantes em plenos Estados Unidos da América, a louvada nação da democracia, da liberdade e do respeito aos Direitos Humanos...
Parece até ficção científica...
O pior é que tudo aquilo- a segregação, o racismo, a escravidão e exploração daquelas domésticas- era ''justificado'' e apoiado não apenas pela ''opinião pública dominante''( leia-se, branca), mas também pelas Leis( a Constituição do Estado do Mississipi)e até pela religião( ''cristã'' ???!).
Mas não pensemos que ''aquilo já passou'', que nós ''evoluímos'', que tudo ''ficou no passado''.
Aquela estrutura era forte demais para ter sido ''eliminada'' em ''apenas'' 50 anos, assim como- pelo que vimos na tela- a própria escravidão não fora eliminada após a Guerra Civil Americana( 1861-1865)...
A ''invisibilidade'' daquelas domésticas- a verdade que, enfim, foi retratada em um livro- era não apenas racial como social. Você imagina que, hoje, elas sejam donas de mansões como as de seus patrões retratados no filme?
O fato é que, quando decidi assistir esta película, já esperava ver fatos fortes. Uma estória, ao melhor estilo do cinema norte-americano, ''maniqueísta''( ''bons'' versus ''maus''). Um filme ''arranca-lágrimas''.
Mesmo assim, não há como deixar de se comover com esta TRISTE estória. Não há como deixar de derramar lágrimas( mesmo sendo homens, racionais, céticos...). E não há como deixar de aplaudir este que é um dos melhores filmes dos últimos tempos. E que deveria ser assistido por todos não como um mero ''retrato de uma época distante'', e sim como um retrato de um mundo( ainda hoje)partido, em que a mais básica promessa- a de fazer com que todos, ou ao menos a maioria das pessoas, possam viver com o mínimo de dignidade( nas palavras da Constituição Americana, ''pursuit for happinness''- possam aspirar/buscar a felicidade)- ainda está bastante distante de sair do papel...
Alcnol.

Voltei...

Mais de duas semanas ''fora do ar''. O que eu teria feito neste tempo?
A pergunta é retórica. Respondo-a da mesma forma que respondo aquela clássica ''você está sumido?'' : ''quem sumiu não fui eu, e sim você''...E vice-versa...
Aindo guardo na memória as imagens da despedida da capital paranaense, então paralizada por uma forte greve de motoristas e cobradores.
Praça Rui Barbosa vazia. Rua XV de Novembro ''pior que nos feriados''( nas palavras de uma jornaleira). Lojas fechadas. As abertas sem público.
Neste cenário, fui obrigado a deixar Curitiba quase que pela ''porta dos fundos''. Paguei( lamentando muito)a caríssima viagem até o Aeroporto de São José dos Pinhais- que normalmente faço em um ''busão'' que custa apenas 8 reais- a ''bagatela'' de R$60,00( sessenta reais)...E ainda tive de ''comemorar'' o fato de ter conseguido pegar um táxi naquele dia conturbado...
Bom, mas o tempo passa...o tempo voa...eu voei...e o que fiz você poderá conferir nos próximos posts...
Alcnol.