domingo, 3 de fevereiro de 2008

Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

É surpreendente a idéia de alguém escrever sobre a Mostra de Cinema de São Paulo 2 meses após o seu encerramento. De fato. Mas hoje de manhã, ao pegar a primeira camiseta para ir fazer a minha caminhada de domingo, peguei a camiseta que comprei na Mostra- com a sua propaganda. E lembrei, de imediato, que não escrevi sequer um artigo sobre a mesma enquanto ela estava ocorrendo. Talvez porque, na hora, não nos damos conta de todo o seu frenesi. Mas, começando, vários dos filmes que assisti, naquela ilusão de estar vendo tudo ''primeiro'', acabaram passando logo depois no circuito comercial. Mesmo assim não me arrependo, e os veria nos mesmos cinemas super-lotados novamente. A lembrança de, pela primeira vez, ver o Cine Bombril do Conjunto Nacional com uma fila quilométrica, para assistir um filme desconhecido argentino...O Conjunto Nacional era a base principal da Mostra, onde compramos o nosso crachá com direito a ver QUALQUER filme entre meio-dia e 6 da tarde. Com direito a foto e tudo. O medo de ver furtado o mesmo crachá, que nos levava a escondê-lo por dentro da camiseta...A corrida entre os cinemas que me levou, em um dia, a ir assistir um filme na Cinemateca da Vila Mariana, indo de metrô, e depois sair antes do final do mesmo filme para pegar o metrô novamente e correr para assistir outro, na região da Paulista...A surpresa por ver, sempre nestas ocasiões- tanto aqui quanto em Brasília, na Academia de Tênis- um público diferente, com o ar metido e posudo de pseudo-intelectuais, que não se vê no cotidiano da metrópole (onde ficam estas pessoas todas entre um Festival e outro? Onde será que elas HIBERNAM??!!!). A surpresa por ver filmes que se esperava terem casa cheia vazios, e outros super-alternativos e anti-comerciais lotados...O último filme, inédito, da Jodie Foster, em que ela faz uma Vigilante, uma Justiceira que, após o assassinato do noivo, sai distribuindo tiros em bandidos em uma Nova Iorque mais parecida com aquela dos anos 70...A alegria de, quase sempre, encontrar ingressos para os filmes que queria, e o trabalho que tive para fazer um organograma com títulos e horários. A decepção que tive tantas vezes por não poder assistir dois filmes bons que estavam passando no mesmo horário...A combinação do Festival com o ritmo frenético da recém-inaugurada Livraria Cultura- a maior do país- no Conjunto Nacional( que, aliás, precisa urgente de um bom café, pois o da Livraria está sempre super-lotado...). Estas são algumas das caóticas lembranças da minha primeira Mostra Internacional de São Paulo, descritas tão tardiamente. A primeira Mostra a gente nunca esquece(acho que já utilizei o mesmo chavão quando me referi ao Atletiba...).