terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

''Quanto é que você daria por este prato?''

Imagine o próprio chef, um garçom, ou mesmo o dono do restaurante fazendo-nos esta perguntinha aí no final de uma refeição...''Quanto vale?''. Com direito a darmos inclusive nota zero- ou zero libras como preço por um almoço...Pois saiba que em Londres já existe um restaurante que funciona nestes moldes, ou seja, sem preço fixo. Segundo a BBC Brasil, em matéria de Maria Luísa Cavalcanti, o restaurante Little Bay, situado no bairro central de Farringdon, está realizando esta experiência- por enquanto apenas neste mês de fevereiro. De acordo com Peter Ilic, proprietário do estabelecimento, ''nós começamos a promoção no domingo. Neste dia, todo mundo pagou e ainda pagou mais do que os pratos custam. Ou seja, já comecei no lucro'', conta. Uma refeição custa, em média, 25 libras( cerca de R$82,00)por pessoa no Little Bay. O dono disse ainda esperar que apenas uma parcela dos clientes acabe não pagando nada pelo que comer. ''Não importa, pois instruí os funcionários a tratar todo mundo da mesma maneira'', prometeu. Enquanto isto, em terras tupiniquins, o escritor Antônio Bivar relatou- na revista Joyce Pascowitch- ter encontrado recentemente, na cidade fluminense de Paraty, uma casa em que não há cardápio. Come-se às cegas até chegar a conta final. Ele e as duas amigas acompanhantes, inglesas, embarcou nesta aventura. Pagaram cerca de R$ 180,00 por cabeça, o que não é muito diferente do que se paga em vários lugares ''grã-finos'' do Rio ou de São Paulo...A idéia de valor, preço, diga-se de passagem, é recente na história da Humanidade. Os artesãos, tal como os feirantes, negociavam o valor cobrado por suas mercadorias. Acostumados que estamos com a idéia de preço, tendemos a imaginar que as coisas ''sempre foram assim''. Não é verdade. O preço é arbitrário, apenas uma referência/ convenção. Quando se libera o cliente para pagar o quanto ''achar que vale'' o resultado pode ser distinto: nada, nos lugares que realmente não tiverem qualidade, ou até mesmo um valor maior do que o habitual quando estivermos diante de uma pequena obra-prima...O que você prefere? Ruim, no final de tudo, é não poder pagar- nem muito nem pouco...

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