domingo, 26 de abril de 2009

Quem diria: segundo economista o funcionalismo público é ''exército anticrise''

Estamos acostumados aos tradicionais posicionamentos dos veículos de comunicação- em especial a revista ''Veja''- contrários ao ''inchaço'' da máquina pública e às ''mordomias'' dos ''marajás do serviço público''. Contrariando estes clichês da imprensa nacional o jornal paranaense ''Gazeta do Povo''- em sua edição deste domingo, 26 de abril- publica em manchete que, segundo um economista, o ''Funcionalismo é exército anticrise''. Segundo o periódico, ''a consultoria paulista LCA vai na contramão do mercado ao prever um aumento de 0,9% no Produto Interno Bruto( PIB)brasileiro em 2009''. O motivo desta surpreendente previsão, que contraria estimativas do mercado que variam de 0,5% a 1%( previsão do FMI),está relacionado ao poder de compra dos servidores públicos. Ainda segundo o ''Gazeta do Povo'', ''a partir de dados do IBGE, a LCA chegou à conclusão de que servidores públicos, juntamente com aposentados e pensionistas, respondem por 35%( trinta e cinco por cento)da ''massa de rendimentos'' do país. Ou seja, quase um terço da renda nacional seria ''imune'' ao movimento de demissões e reduções de salários observado no setor privado desde o estouro da crise. ''Grande parte da renda não depende do mercado. Por isso, emprego público, aposentadorias e pensões amortecem a queda do consumo'', argumenta o economista Francisco Pessoa da LCA. ''Esses amortecedores, e outros fatores positivos como a queda da inflação, não estão sendo considerados nas projeções mais pessimistas''. Destaque-se que, normalmente, o discurso dominante defende a privatização e o fim do ''inchaço'' na máquina pública. No entanto em tempos de crise, em que a reação do ''mercado'' tem sido a pior possível( demissões e cortes de salário nem sempre justificados), uma vez mais o sistema recorre aos cofres publicos. A revista de negócios ''Dinheiro'' desta semana- edição do dia 29/4- revela que até agora os Governos ao redor do mundo já gastaram cerca de U$13 TRILHÕES( 13 TRILHÕES DE DÓLARES)para tentar debelar a atual crise financeira...Outra prova de que o economista citado acima pode estar certo é que, enquanto diversas outras capitais de Estado tentam lidar com a ameaça de recessão, em Brasília- cidade que possui o maior número de servidores públicos de todo o país- o mercado imobiliário não para de crescer, assim como a venda de automóveis...Tão condenados anteriormente o Estado e seus servidores- quem diria?- agora são vistos como ''salvadores'' no contexto de uma crise gerada no interior do ''onipotente mercado'' que, dizia-se com frequência, deveria ser ''liberado de suas amarras'' para conduzir o país ao desenvolvimento...Alcnol.

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