segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Feirinha de Primavera na Praça Osório, em Curitiba-PR...

Embora situada em uma região central da capital paranaense, a Praça Osório- e a vizinha Rua XV de Novembro, a célebre ''Rua das Flores''- constitui, para mim, uma espécie de ''fronteira sentimental'' da cidade de Curitiba.
Explico.
Quando chego a um dos limites desta Praça, finalmente ''cai a ficha''. E percebo, com toda a força, que estou de verdade naquela cidade. Não se trata de minha imaginação...
Divagamos, em textos anteriores, sobre o chamado ''Mundo Plano''( expressão criada pelo jornalista norte-americano Thomas Friedman, referindo-se à chamada ''Globalização'').
O mundo, segundo ele, ''estreita-se''. Serviços e comodidades antes exclusivas dos chamados povos de ''Primeiro Mundo'' começam a se difundir por todas as partes.
Salvo se estivermos na mais distante das selvas, longe até mesmo de algum sistema de comunicação via satélite, a sensação que temos é que não há mais lugares ''afastados'', alheios a todo este processo de desenvolvimento.
Notamos isto em Montevidéu, onde estivemos recentemente. Com pouco mais de 1 milhão de habitantes, a capital do Uruguai dispõe de todas as comodidades a que estamos acostumados nos chamados ''grandes centros''( a exemplo de São Paulo): TV's de plasma nos hotéis, shoppings lotados e luxuosos, uma gastronomia de primeira.
Você pode visitar um lugar destes, sem a sensação de estar ''afastado'', ''distante de tudo''...
No entanto, se comodidades e serviços eficientes se difundem por todas as partes- dando ao viajante superficial a sensação de que ''tudo se parece''- as cidades continuam diferenciando-se por sua história, por suas peculiaridades. Detalhes únicos que só elas tem. E é atrás disto que nós fazemos as nossas viagens e passeios- inclusive pela metrópole em que atualmente vivemos( a cidade de São Paulo...).
Curitiba- e isto me encantou desde a primeira vez em que estive por lá- já foi descrita alhures como um ''misto de pequena vila e cidade grande''.
Mesmo durante eventos que levam boa parte de seus habitantes para o litoral ou para outros destinos- como por ocasião do Natal e do Carnaval- a capital paranaense mantém uma boa estrutura para visitantes: a Linha Turismo, com ônibus especiais que percorrem alguns dos principais destinos turísticos daquela cidade, é um dos exemplos. Shoppings e restaurantes( ressalte-se que alguns aproveitam a oportunidade para fechar)continuam também a ''pleno vapor''.
Ao lado de todas estas ''comodidades'' que fazem o conforto de um viajante moderno, a cidade possui- nestes momentos, quando se esvazia quase que por completo- uma tranquilidade dificilmente encontrada em outras metrópoles de mesmo porte.
Algumas edificações mais antigas até nos confundem, dando-nos a impressão de que estamos na verdade em outra época. Como se tivéssemos entrado no famoso ''Túnel do Tempo''( série antiga, do produtor Irwin Allen, que durou apenas uma temporada- exibida aqui em meados dos anos 70...).
A bela Praça Osório, que estamos a mostrar, é uma destas especificidades de Curitiba. Aos sábados, para nossa alegria, é possível encontrar nos arredores músicos de rua, artistas vendendo seus quadros, idosos discutindo em um dos cafés da chamada ''Boca Maldita'', famílias passeando pela Rua XV. Coisas raras de encontrar nos grandes centros de hoje, e que mais lembram pequenas cidades do interior...
E o que vende na Feirinha de Primavera da Praça Osório, que mostramos nas fotos acima?
Bonecos para crianças, pães e doces artesanais, criações de todos os tipos- algumas beneficiando projetos sociais daquela cidade.
Por tudo isto, a Praça Osório constitui um dos chamados ''portões sentimentais'' da cidade de Curitiba. Impossível afirmar que a visitamos se não passamos por ali, se não andamos por seus limites, se, ao final destes passos, não demos um suspiro ao avistar todo o ''agito'' da Avenida Luís Xavier- com 150 metros, a ''menor Avenida do mundo''- e da Rua XV de Novembro.
E se, ao menor dos pingos que sentimos sobre nossas cabeças, não corremos também para comprar logo um guarda-chuva na mão de algum dos inúmeros camelôs que acorrem com prontidão nestas horas...Pois, se uma coisa é certa para mim, é que sempre chove durante minhas visitas a Curitiba...
Alcnol.

Nenhum comentário: