quarta-feira, 29 de julho de 2009

''Le Marais'' bistrô- Itaim Bibi

''Bistrô'' é uma palavra de significado amplo. Significa lugar de culinária simples, a preços mais acessíveis. Iniciantes geralmente criam ''bistrôs''...''Bistrô'' também pode assumir o sentido de estabelecimento dedicado à culinária francesa. E aqui se encaixam à perfeição o excelente ''Ici Bistrô''( Rua Pará, Higienópolis), bem como este recém-inaugurado ''Le Marais'', dos mesmos donos do consagrado ''Due Cuochi''. Não se esqueça também aqueles que, mesmo seguindo uma culinária judaica ou de uma outra origem racial ou nacional, também dão provas de excelência( o A.K. Bistrô, na Rua Mato Grosso, Higienópolis, é um bom exemplo desta terceira categoria). Mas o tema deste post é o badalado bistrô ''Le Marais'', aberto no último dia 14 de julho na Rua Jerônimo da Veiga, 30, Itaim Bibi. Para não dizer que jamais aponto defeitos nos locais visitados, confesso que fiquei decepcionado com o couvert( um pão francês duro, que deixei simplesmente no prato, intocado...). Impossível não comparar com os ótimos pãezinhos italianos da ''casa-mãe''( o Due Cuochi)...Claro que não dá para exigir pão italiano em uma casa estilo francês...Mas, voltando à descrição do restaurante, como cheguei antes de 13 horas ainda havia algumas mesas livres- que foram, em questão de minutos, devidamente ocupadas...O ''Le Marais'' segue a linha dos restaurantes ''apertadinhos'', com mesas encostadas umas nas outras. Não dá para conversar direito, ou sequer para escutar a música ao fundo. Uma conhecida esteve ali no dia anterior, e não conseguiu apanhar algo que havia derrubado no chão- tal o ''aperto''...O que pode soar como uma ''crítica'' é, na verdade, bastante comum em outros lugares ''da moda'' aqui da capital paulista: entre eles, o famoso ''Spot''( Alameda Ministro Rocha Azevedo, sentido centro). Casas de estilo francês- como este novo ''Le Marais''- apresentam também estas mesmas características...Feitas as descrições iniciais, vamos ao que interessa de fato: a comida...Por que alguém se submeteria a espera, apertos, um couvert mais ou menos, a não ser para analizar este importante e decisivo componente de qualquer restaurante digno do nome? Como não gosto de ''julgar'' estabelecimentos que visito pela primeira vez com base nos duvidosos ''pratos executivos''( esta semana li uma crítica destas arrasadoras sobre um dos melhores restaurantes da cidade: ''Le Tambouille'', onde a ''figura'' comeu e não gostou de um ''prato do dia'' destes...), nada melhor do que pedir uma das opções do cardápio permanente: ''filé de linguado com uvas passas e batatas''( foto). Algo de capaz de calar todas as secundárias considerações tecidas até aqui...Por si só, vale o ''aperto'', a eventual ''espera'' no belo balcão estilo americano da casa, e a distância percorrida...Degustei-o aos pouquinhos, como uma ''obra-prima'' destas merece( bem diferente do que faço em restaurantes ''por quilo'' ou em churrascarias rodízio...). Para arrematar uma sobremesa que talvez não agrade aqueles que gostam de muito doce: a ''delícia de cupuaçú'' leva pouco açúcar, e tem até um gosto meio amargo...Algo no estilo das tortas de limão ou maracujá que experimentamos em outros lugares...Para mim estava boa. Felizmente os franceses não costumam exagerar no açúcar como os estabelecimentos pátrios...Na hora do chá a única coisa que me passava pela cabeça era a lembrança do prato apreciado e degustado, este o motivo principal de qualquer ida a restaurantes( seja do ''nível'' que forem...). Passando pelo ''Le Marais'', o dia já estava ''ganho'' àquela hora...Alcnol.

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