sábado, 25 de julho de 2009

Folha( caderno ''Ilustrada'')de ontem discutiu a crise do circuito alternativo de filmes

Começando com artigo de Walter Salles na primeira página, e com mais duas páginas inteiras no centro do caderno Ilustrada, o jornal analisou com profundidade a chamada ''crise'' do circuito alternativo de cinema( aqui e em outros países). Distribuidoras especializadas em filmes ''de arte'' apontaram queda de até 50% no número de ingressos vendidos, e sinalizam para a diminuição e até suspensão da compra de novos filmes. Tudo isto ocorre em um momento em que o cinema como um todo vem crescendo no Brasil. Praticamente todas as semanas surgem novas salas em várias cidades. No entanto, mesmo exibidores ligados ao chamado ''circuito alternativo'' já dão mostras, há muito tempo, de que não acreditam poder sobreviver apenas com base nesta espécie de produto...Alternam filmes comerciais com outros ''de arte'', com predominância para os primeiros...Películas provenientes de países orientais( como China, Coréia do Sul, Japão)tornaram-se bastante raras, mesmo em São Paulo, e exibidas apenas durante Festivais...A outrora prometida difusão do cinema alternativo graças à disseminação de meios como a Internet e a TV a Cabo fracassou. Pode-se contar nos dedos os canais especializados na exibição de filmes europeus, por exemplo( ''Eurochannel'', TV5), enquanto somos bombardeados com milhares de películas de menor qualidade...A ''crise do cinema alternativo'' é também a crise do cinema como um todo: assediados pela pirataria, os estúdios encontram crescentes dificuldades em emplacar mesmo 'blockbusters''. Estrelas conhecidas, que recebem milhões de dólares a cada trabalho, não são mais certeza de ''sucesso garantido'' de uma produção...Ressalte-se que um dos meios mais inovadores da atualidade tem sido o das séries de TV. Na elaboração de episódios de ''Heroes'', ''Lost'', ''Criminal Minds'', os vários ''CSI'', ''Fringe'', estão engajados vários dos melhores talentos do ramo artístico. Ao contrário dos previsíveis filmes, tais seriados são repletos de reviravoltas surpreendentes- sinal de que, pelo menos na TV americana, ainda restam ''ilhas'' de inteligência em meio à mediocridade geral...Acrescentemos também que a própria Internet concorre para o declínio do cinema como meio. Enquanto diretores de cinema estão presos ao formato tradicional de filmes com duas horas, duas horas e meia de projeção- uma temeridade, em um mundo caracterizado pela abundância de alternativas e ''falta de tempo'' para acessarmos ''tudo''- o YouTube está para os filmes como o Twitter para os blogs( é a ''síntese da síntese''...). Na minha vida, por exemplo, tenho maior facilidade de encaixar seriados de meia hora ou uma hora no máximo do que filmes( em casa só assisto a DVD's, e não assisti nenhum no cinema na semana passada- mas aí foi por falta de novidades interessantes mesmo...). Alcnol.

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