domingo, 9 de novembro de 2008

A Eleição de Obama e a Mundialização da Política

Há muito se fala da Globalização e suas conseqüências econômicas. O maior exemplo disto decorre da atual crise- iniciada ''nos Estados Unidos'', acabou tendo efeitos devastadores pelas Bolsas do mundo inteiro...No entanto, a chamada Globalização- esta marca registrada dos tempos que vivemos, no início do século XXI- vai muito além das fronteiras econômicas. A eleição de Barack Obama- pelas atenções que despertou, pela festa que provocou mundo afora, por todo o debate que provocou- marca o início de uma nova fase: a da ''mundialização da política''. Todos os seus passos e medidas de Governo serão acompanhados com lupa além das fronteiras dos Estados Unidos. Alguém duvida que as medidas que Obama tomará contra a crise serão vistas como um modelo mundo afora? Assim como o chamado ''neoliberalismo'' teve início nos EUA, a adoção de um novo modelo econômico naquele país terá um violento impacto mundo afora. Por isto mesmo, a composição do futuro Governo de Barack Obama já está sendo objeto de fortes batalhas políticas no interior do Partido Democrata. A corrente estatizante do Partido, liderada pelo economista Paul Krugman, defende que o futuro Presidente deve simplesmente ''ignorar as idéias conservadoras''. Para Krugman, em artigo no The New York Times- traduzido e publicado no ''Estadão'' de sábado, 08/11- ''uma agenda progressista séria- podem chamá-la de um novo ''New Deal''- não só é economicamente possível, é exatamente do que a economia necessita''. Assim como os economistas, estima-se que o futuro Congresso de ampla maioria democrata será composto por inúmeros ''liberais''- no sentido americano- e ''progressistas de carteirinha''. Muito bom. O único senão advém do fato de que, mundo afora, inúmeros ''esquerdistas'' como Lula e Zapatero foram incapazes de governar segundo as políticas que defendiam durante as campanhas eleitorais que os elegeram. Falando claro: o tão condenado ''neoliberalismo'', até aqui, é também a única política econômica clara e conhecida por todos. O que se vê do ''outro lado''- do lado dito ''progressista''- são apenas discursos vagos...O maior dilema do Governo Obama, em seus primeiros dias, será escolher entre optar por ''distribuir o bolo de imediato''- como prega o economista Paul Krugman- ou por ''voltar a produzir bolo para que, a médio ou longo prazo, se possa pensar em um benefício para a nação como um todo''. O mais difícil será conter aqueles que sonham com uma ''guinada radical'' e totalmente oposta ao que está sendo feito: por enquanto as suas idéias, não aplicadas em país nenhum e por Governo algum, são apenas isto: belas idéias...

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