quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O desafio de Obama...

Barack Obama é uma verdadeira unanimidade, mundo afora. Conquistou os europeus, deixando alemães e franceses extasiados. E no entanto, a nível interno, sua candidatura ainda não decolou. Por que será? Será esta mais uma prova do antigo ditado ''santo de casa não faz milagre''? A rigor, nem há uma alternativa de fato a Obama. John McCain significa simplesmente mais do mesmo, uma continuação um pouco melhorada dos anos Bush. A mídia festeja Obama, os eleitores de Obama o idolatram- arrecadam milhões de dólares e lotam eventos públicos- e, no entanto, as pesquisas mostram há semanas um incômodo empate entre os dois...Tudo isto é meio desagradável: lembra as antigas campanhas de Lula. Uma maratona de gigantescos comícios pelas principais capitais, carreatas, inúmeros eleitores vestindo camisetas vermelhas e portando bandeiras do PT, para, ao final, sermos todos ''surpreendidos'' pela eleição do ''outro'', do adversário pouco carismático: não importa se Collor ou FHC. Quem votava no ''outro''? Os grotões, e a imensa massa de eleitores silenciosos -que não se pronunciavam, não brigavam, não agitavam bandeiras, não respondiam a pesquisas, e estavam apenas esperando o dia das eleições para dar o ''troco'' naquela multidão de cabos eleitorais da esquerda...Hoje estes eleitores dos grotões e dos ''currais eleitorais'' votam no Lula que está no Poder, mas esta já é outra estória...Aqueles que esperavam uma ''lavada'' de Obama e dos democratas nestas eleições parecem pensar que toda aquela imensa massa de eleitores de George Bush teria, de uma hora para outra, tomado um ''chá de sumiço''. Vã ilusão. As igrejas protestantes continuam lá, e seus membros votam, as pequenas comunidades do interior continuam lá, e também tem um grande peso no resultado final- que prevemos em outro texto, com larga antecedência, será apertado...Ninguém conseguiu aferir até agora qual será a influência do ''fator raça'' neste pleito: os opositores de Obama alegam que ele é ''despreparado'', ''elitista''(?!!!), sem contar os mais radicais- que o (des)qualificam como ''muçulmano'', ''anticristo'', ''gay'', etc. Barack Obama provoca muito mais resistências pelo que ''é'' do que por suas moderadas propostas. Ele simboliza uma guinada para uma América mais aberta para o mundo, juntando-se aos esforços dos demais países contra o Aquecimento Global, menos intervencionista no plano mundial e, principalmente, representa uma América que já é, queiram ou não seus opositores, multi-racial. Nem todos vêem com bons olhos estas mudanças. As pesquisas mostram que o ''outro lado''- embora ''invisível'' e com menor peso na arena pública- continua vivo, e bem vivo. Com chances concretas de vitória. Obama, inteligentemente, soube tirar partido do ''ôba,ôba'', do ''já ganhou'' de Hillary e seus assessores. Esperamos que, desta vez, ele próprio não seja vítima do mesmo erro...

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