quarta-feira, 9 de abril de 2008

CSI e o caso da ''menina-Isabella''

Nunca tive uma atração especial pela atividade de médicos. Existem diversas séries famosas e populares na TV a Cabo sobre o assunto, as quais nunca assisti. Porém, depois de descobrir as séries sobre a atividade de legistas na investigação de crimes- as famosas CSI ( normal, Miami e New York )- acabei ficando viciado nas mesmas. A grande atração destas séries é que, em geral, elas tem um formato completo. Em UMA HORA, elas mostram o crime e as várias linhas de investigação, chegando a um resultado completo, definitivo. Os investigadores vão pesquisando, e entrevistando os suspeitos. O cara diz um categórico ''não'', e eles colhem provas de que havia sinais de sua presença no local. Na próxima entrevista, quando ele volta a negar, os investigadores/legistas apresentam as provas, e o cara começa a ''soltar o bico''. Assistir isto nos dá aquela vã mas necessária sensação de que ''o crime não compensa'' e ''os caras maus são punidos no final'', coisas tão distantes do sistema judiciário brasileiro na atualidade...No caso do momento, o da ''menina-Isabela'' ( só se fala no nome dela acompanhado do ''menina'', como que eternamente lembrando ao público desatento e desmemoriado que se tratava de uma menina, "não esqueçam era uma menina"...), caso as investigações fossem feitas ao estilo americano, seria bem simples. Exames de DNA no local, que não teria sido devassado por milhares de pessoas, e no corpo de Isabela. Confronto do DNA com o dos principais e, até aqui, únicos suspeitos: o pai e a madrasta. Bingo! Ou combina, ou não, com 99% de chances. Mas o fato é que a Polícia brasileira costuma apurar, em média, 5% dos crimes cometidos. Enquanto a norte-americana apura mais de 60%. A cena do crime já foi devassada. Diversas pessoas já tocaram na menina após a sua queda. Os supostos criminosos já tiveram tempo de sumir com as provas do apartamento, na hipótese de que sejam mesmo os presumidos suspeitos. Quanto a isto, convenhamos: para asfixiar e bater em Isabela, além de jogá-la das alturas, teria que ser alguém conhecido, que não gostava dela ou da mãe, e não um terceiro que supostamente teria entrado no apartamento...O crime sempre tem um fator psicológico, nestas circunstâncias ainda mais. Confrontando mais uma vez as viciantes séries americanas com a realidade policial brasileira, é este abismo existente entre os dois países que explica porque esta recente estória ainda vai ter muitos desdobramentos- e a cada dia somos confrontados com uma versão diferente...Haja paciência!

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